quarta-feira, 25 de novembro de 2009

As minhas meninas

Olha as minhas meninas
As minhas meninas
Pra onde é que elas vão
Se já saem sozinhas
As notas da minhas canção
Vão as minhas meninas
Levando destinos
Tão iluminados de sim
Passam por mim
E embaraçam as linhas
Da minha mão

As meninas são minhas
Só minhas na minha ilusão
Na canção cristalina
Da mina da imaginação
Pode o tempo
Marcar seus caminhos
Nas faces
Com as linhas
Das noites de não
E a solidão
Maltratar as meninas
As minhas não

As meninas são minhas
Só minhas
As minhas meninas
Do meu coração

domingo, 29 de março de 2009

Globo, me poupe

O Lula vai e fala uma bobagem qualquer. Uma frase de efeito, algo como, sei lá, "água mole em pedra dura tanto bate até que fura".
Manchete na primeira página do Globo no dia seguinte:
"Diretor do Instituto Brasileiro de Geologia afirma: certas rochas jamais têm sua forma alterada pela ação da água, por mais duradoura que esta seja".

Tudo bem, tudo bem. Agora, se dá pra ganhar dinheiro simplesmente falando mal de alguém e publicando a primeira asneira que vem à cabeça, me diz uma coisa:
COMO É QUE EU NÃO ESTOU RECEBENDO NADA POR ISSO DAQUI!?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ontem, sete anos

You're my funny valentine
Sweet comic valentine
You make me smile with my heart

Your looks are laughable
Unphotographable
Yet, you're my favourite work of art

Is your figure less than greek?
Is your mouth a little weak?
When you open it to speak, are you smart?

But don't change a hair for me
Not if you care for me
Each day is Valentine's Day

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre a cegueira

Fui ver o diabo do filme. Mas isso só porque o Arthur insistiu, que eu não queria ir, já sabia que ia dar merda. E deu, claro. Não que seja tão terrível quanto o livro: em duas horas não dá tempo de fazer o que sei lá quantas páginas (não vou lá ver quantas são!) fazem, essa arte de nos envenenar aos pouquinhos. E também esse cara, o diretor, é muito bom, muito talentoso, mas não chega nem aos pés daquele português cara de coruja seca. Hitchcock que me desculpe, mas o Saramago é que o mestre do terror.
Esse livro, eu não posso nem dizer que gosto dele. Seria como gostar de, sei lá, de passar por uma cirurgia. A coisa pode ser bem feita, pode ser utilíssima, pode mudar sua vida, mas ainda assim é de uma dor absurda. E não é o doloroso bonito, estético, não é Romeu e Julieta não. Sabe?, aquelas coisas tão trágicas, tão lindas que é você não agüenta e transborda. Aqueles livros que tem umas passagens tão perfeitas que você fica deslumbrado, "essa frase aqui, sozinha, já é uma obra de arte". Não, Saramago é feio, é repelente, te faz mal ler os livros dele. Esse, então, vixe maria.
E é tão pavoroso porque é real. Não a cegueira propriamente dita, que isso é simbólico, mas a selvageria, a barbárie em que nós caímos ao menor abalo da ordem vigente. Quer ver? Pensa em um ônibus cheio. Eu penso na porcaria do 100, passando pela Rodrigues Alves às cinco e vinte da tarde. Todo mundo conhece essa situação: cansado do trabalho, querendo chegar logo em casa. E o ônibus cheio, o trânsito pegando fogo, todo mundo de mau humor. Que que acontece se vaga um assento bem na sua frente? Você se joga a ele que nem uma fera selvagem. Você sabe bem que tem gente ali muito mais cansada que você, que aquela mulher ali acaba de passar oito horas varrendo o chão e sendo invisível pros que passavam com o pé cheio de lama. Mas você vai levantar e dar o lugar a ela? Não vai. No 100 cheio da volta pra casa não tem pra ninguém: o pessoal não levanta pra deficiente, grávida, velho. Pra ninguém. Se Jesus Cristo entrasse naquele ônibus às cinco e meia, carregando a cruz e sangrando embaixo da coroa de espinhos, os crentes iam todos fingir que estavam dormindo.
O ônibus cheio é a prisão dos cegos em menor escala. Tá tudo lá: o confinamento, as condições torturantes, a ausência do Estado. E aí, meu filho, cada um cuida de si.
Daí que eu não recomendo esse filme. Não vá ver. E, principalmente, NÃO LEIA O LIVRO.

Amanhã, o aniversário do suíno. 15 anos já. Daqui a pouco 18. E, um segundo depois, 20, 30, 40. Cruz credo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A cozinha maravilhosa da Ofélia 3

Quando você não tem absolutamente nada pra escrever, a melhor coisa é botar uma receita. Mas não uma receita qualquer: senhoras, senhores, o que se segue é a fórmula mágica para o melhor biscoito de aveia da Terra. E também de Vênus e suas imediações.
Se bem que só quem sabe fazer direito sou eu. Anyway...
O que você vai ter que comprar no supermercado, porque na sua casa só tem Coca-cola e Miojo: 1 e 1/4 xíc de aveia em flocos; 3/4 xíc de farinha de trigo (SEM - não tem nada de fermento não); 3/4 xíc de açúcar mascavo; 1/3 xíc de manteiga (tá, pode ser com sal, tudo bem); 1 colher de chá de essência de baunilha; 3/4 de colher de chá de bicarbonato de sódio; 1 ovo; eu às vezes boto um pouco de canela também, mas é só porque eu adoro canela.
Bote tudinho numa tigela e bata em velocidade baixa. Aviso logo que é uma bosta: a massa é muito seca, gruda tudo nas pás da batedeira. Se tu for macho, mas muito macho, mexe com a colher de pau. Quando a mistura ficar bem homogênea acrescente o ingrediente mágico*. Num tabuleiro grande (não decidi ainda se tem que untar, mas a Creuza unta), vá pingando a massa com uma colher de sopa. O certo é ficar com forma de disco, tipo um Chocookie fininho, mas se você não tiver paciência pra isso eu compreendo. Leve ao forno médio pré-aquecido e fique de olho, que essa porcaria desse biscoito adora queimar dos lados. Aliás, é melhor tirar com ele meio cru no meio do que sair todo preto.
É isso. Um beijo pro meu pai, pra minha mãe e pra Xuxa.

*O ingrediente mágico pode ser uva passa, noz, esse tipo de coisa. Mas a verdade verdadeira é que nada, NADA fica melhor do que chocolate picado. Mais ou menos meia barra pra essa quantidade aí de biscoito.
Foto: as fôia em Barcelona.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Roteiro para novela mexicana

Aquelas histórias que todo mundo já ouviu e uma mais. Que não é nova, mas as minhas fichas demoram MUITO a cair.
Essa foto não tem nada a ver com nada, são a Ana e o Pedro.

Minha irmã
Eu fui filha única até os oito anos de idade. Certo. O que estraga tudo é que eu tenho uma irmã um ano mais nova.
Estava eu, filha única, passando um dia na casa da minha prima, em Santa Teresa. Nessa época éramos só nós quatro: eu, Julieta e as outras duas menores. Os moleques só viriam muitos anos depois. Então eu estava lá, estava chato, e a Julieta sugeriu que eu fosse brincar com as meninas que moravam no vizinho, que elas tinham a minha idade. Claro que eu, absurdamente tímida, nunca iria me apresentar. Daí que ela, como uma verdadeira Neiva, foi lá e disse pras tais meninas virem me chamar pra brincar.
Chamaram, brincamos. Teve uma hora que elas olharam bem pra minha cara e disseram: “você é muito parecida com uma amiga nossa”. Ok, e daí? Só que elas insistiram nisso e insistiram e insistiram.
Bem, e o resto? Tá, eu admito que o resto eu esqueci. Só sei que no final acabou se descobrindo que a tal menina, a que era a minha cara, era minha irmã. Oh!
Não consigo me lembrar como é que as gurias chegaram a essa conclusão, mas tem que ter algo que ver com o pai argentino delas. Acho que ele era amigo do meu pai.
Sei lá.

Meu irmão
Agora ele: quando meu pai morreu, a Dona Ângela resolveu me levar à Espanha pra conhecer meus avós.
Desse encontro vêm muitas histórias loucas, mas a mais bizarra de todas foi a minha avó ter dito, daquele jeito de drama queen dela, que uma mulher tinha escrito pra eles contando, pasmem!, que tinha tido um filho com meu pai. Claro que Dona Sara nunca que ia receber a criança de braços abertos (“Este chino no es mi nieto”). Dona Sara nunca gostou de facilitar nada pra ninguém.
Aí nós voltamos pra Brasil e eu praticamente esqueci esse assunto. Falei disso com a Bárbara uma ou duas vezes, mas confesso que não pensava muito nisso não. Só dez anos depois, quando eu fui lá sozinha passear na península, que eu resolvi fazer uma tentativa de ver a tal carta. E não é que Dona Sara me deu a carta? “Pode ficar, eu não quero isso pra nada”. Então, quando voltei pra casa, comecei a fuçar por aí: o endereço na carta já não valia, mas eu podia achar alguma coisa pelo nome da tal mulher. E tanto fiz que consegui entrar em contato com um músico argentino que conhecia um fulano não sei de onde que sabia o email da mulher da carta. Mandei uma mensagem e, tcham-tcham-tcham, dali a um tempo vinha a resposta dela.
Esse irmão eu conheci no ano passado. Ele é exatamente igual a mim e nós não temos absolutamente nada pra conversar.

Meu pai
Essa que é a história. Meu pai morreu em Buenos Aires, em janeiro de 1993. Se enforcou numa árvore num parque que tem lá. Descobri isso porque apareceu lá em casa um dvd com um documentário sobre ele – minha mãe estava fazendo uma faxina nos zilhões de discos que tem lá em cima e achou esse. Não sei como é que foi parar lá, mas desconfio que tenha sido eu mesma que arrumei. Alguém deve ter me dado.
(O leitor mais atento já deve ter notado que essa minha prodigiosa capacidade de esquecer as coisas é que é a principal responsável por esses mistérios todos na minha vida. Deve ser algum processo inconsciente, sei lá. Freud explica.)
Mas a história não é essa, a história é a seguinte: eu descobri, agora, na semana passada, que eu estava lá em Buenos Aires no mesmo mês em que meu pai morreu. Mesmo batlocal, mesmo bathorário. Foi a primeira viagem pra fora do país que eu fiz: minha mãe, eu, o Passy e a Nehama fomos à Patagônia, passamos o ano novo lá e em janeiro de 93 estávamos em Buenos Aires pra pegar o avião pro Brasil.
Eu não me lembro de nada, me lembro de uma corrida de táxi, minha mãe puxando conversa com o motorista, eu pensando que ela era debilóide. Duvido que tenha pensado no meu pai. Dali a um tempo ela ia estar me contando que ele tinha morrido.
Pois é, dá o que pensar...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Elas

Elas, as crianças (e não elas, as mulheres - sobre esse assunto já se falou demais). Meu tema hoje é a pirralhada, mais especificamente a lá da escola na qual eu trabalho. Trabalhava. Aliás, isso é assunto pra outra postagem.
Que dizer daquelas crianças? Em certos aspectos, elas não têm nada de surpreendente. São iguais a todos os guris em idade escolar: gritam, correm que nem uns loucos, arrotam, peidam de vez em quando, pisam no sapato novo do colega. São todos muito bem treinados nessa etiqueta pré-adolescente. Até aí nada de mais.
Mas existem algumas características que são exclusivas dos alunos da Escola Nossa. Arthur diz que nego bota alguma coisa na água, que é para as crianças ficarem assim... diferentes.
(Mas que fique bem claro: DURANTE OS MESES EM QUE EU TRABALHEI LÁ, NÃO VI NINGUÉM ENVENENANDO A ÁGUA. Vai que depois isso dá processo...)
Começa que aquelas crianças são completamente loucas. Loucas mesmo. De pedra. Exemplo de sua demência: X tinha inventado uma maluquice de que os cogumelos alucinógenos de outro planeta estavam a ponto de invadir a Terra e exterminar a raça humana. Até aí tudo bem, eu quando criança tinha umas viagens muito piores. O toque de loucura foi um dia a criatura ter vindo até mim toda coberta de cogumelinhos que ela tinha desenhado, recortado e colado pelos braços e rosto só para fazer aquela performance. "Eles me pegaram..." e fingiu que morreu.
São muito criativas também, especialmente quando essa criatividade é usada para burlar alguma regra. Como eles sempre esqueciam as bolas de futebol e vôlei largadas na quadra, foi decidido que eles só poderiam pegar uma bola para jogar no recreio se deixassem a carteirinha na secretaria. Certo. O problema é que eles nunca lembravam de trazer a carteirinha de casa. Isso acabou gerando um mercado negro de carteirinhas de dar inveja ao crime organizado: "pega lá a bola pra mim que eu te dou um pedaço do meu lanche".
Mas o mais absurdo foi Y, um pirralho da primeira série, me aparecer lá com uma carta do Pokémon e dizer "Meu nome é Pikachu e essa é minha carteirinha. Me dá a bola, por favor." 171 total!
Desnecessário dizer que eu estou perdidamente apaixonada por todas elas.
Hmm, todas não.

domingo, 23 de março de 2008

Gente bonita

Pode ir lá ver. Jornal, televisão, revista de besteira ou metida a séria: só dá essa tal de gente bonita. "Restaurante tal: cozinha criativa, decoração elegante, gente bonita"; "festa de num sei que lá: lugar da moda, dj gringo, gente bonita saindo pelo ladrão". Na Zona Sul, então... Vixe, quanta beleza!
E quem são esses bonitos? Gente necessariamente jovem, obrigatoriamente magra, evidentemente rica, preferencialmente branca, oxigenadamente loura.
Inevitavelmente CHATA.
Deus me livre e guarde de tanta formosura. Perto de mim eu quero só os feios. Os gordos, os pobres, os velhos, os negros. Os que não falam inglês, não entendem nada de vinho, que não são amicíssimos de Fulano (Fulano! Fulano que fez aquele filme!). Que nunca foram à Europa, mas que uma vez por ano vão visitar uma tia-avó que mora lááá em Oswaldo Cruz.
Perto de mim só os cafonas e os mal-vestidos. Os despenteados. Os que pedem bife com batata frita. Que têm uma camisa furada bem no suvaco. Os que não acordam maquiados, e sim com um bafo que benza Deus.
Os que não vão ganhar milhões. Os que não vão conquistar o mundo.
Perto de mim os que fazem merda. Os que falam palavrão. Os que escolhem mal a carreira. Os que se apaixonam pela pessoa errada e se ferram. E dali a pouco estão apaixonados por outra pessoa. Que também é a errada. E isso sucessivas vezes, até que, olha só, eis que uma pessoa errada é a certa.
Os que, quando riem, riem sinceramente; quando se emocionam, se emocionam de verdade.
Perto de mim os que não sabem o que dizer, ou que só dizem bobagem. E um belo dia, quando menos se espera e mais se precisa, dizem a coisa mais perfeita que você poderia ouvir.
Perto de mim, nada de gente bonita. Só gente linda.



Feliz aniversário, querida. Você, com seu figurino Tenenbaum, é a mais linda de todas.

terça-feira, 11 de março de 2008

1 mês

Para comemorar meu primeiro mês de trabalho na escola, uma foto de dois dos muitos meliantes que freqüentam aquele lugar: Piguento e Piguentito no hotel-fazenda em Minas, com uns sete, oito anos de idade.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Troça da elite

E não é que o diabo do filme ganhou o Urso de Ouro? Por essa ninguém esperava. Todo mundo comentando que ele tinha sido preterido naquela seriíssima premiação dos estado-unidenses e aí vem o sapeca do Costa-Gravas e nos apronta essa.
Nada mal para um dos filmes mais comentados e mais espinafrados dos últimos tempos. Pois é, pessoal gostou não. Achou fascista. Aliás, se não me engano foi exatamente esse o adjetivo usado pelo crítico numseiqueberg, da "Variety", que chegou a sugerir uma semelhança entre os uniformes do Bope e os dos guardas dos campos de concentração nazistas. Cacildis! E mais adiante o cabra diz que "ainda que o filme tenha sido o mais visto de 2007 no Brasil, o público de filmes de arte não deve perdoar o inescapável ponto-de-vista de direita". Nossa, ainda bem que tem sempre um intelectual pra dizer o que eu, espectadora inculta, tenho ou não que pensar, né?
Outra coisa de que o tal berg não gostou foi a escolha do personagem do Wagner Moura (tá bom, eu esqueci o nome) como narrador da história. Muita gente achou isso feio. Porque, como membro da corporação, o cara vai ter sempre um ponto de vista parcial, vai querer puxar a brasa pra sardinha dele e justificar todas as atrocidades que ele comete em nome da lei e da ordem. Ora, vejam só: eu aqui, tolinha, achando que o diretor tinha pleno direito de escolher o personagem que quisesse para contar a sua história. Agora eu aprendi, sei que funciona assim: pode botar o bandido falando? Pode. Pode botar a classe média? Pode. O rico? O pobre? O artista? O operário? O cocô do cavalo bandido? Aham. Mas pode dar voz ao policial? Ah não, isso não pode não. Policial tem que ser sempre um personagem secundário - além de, claro, corrupto, imbecil e asqueroso.
Claro que é assustador saber que tinha um povo no cinema urrando de prazer nas cenas de tortura e pontuando cada assassinato com gritos de "bandidu tem mais é qui morrêêê". Horripilante. Mas isso não tem jeito: os seguidores do Sivuca estão por aí, são muitos, e vão continuar tendo orgasmos múltiplos cada vez que fuzilarem uma criança que andava metida com más companhias. Criança assim não tem uma mãe pra chorar por ela. E, se tem, é preta, pobre e desdentada, não dá pra comparar com a elegantíssima mãe da Zona Sul, desfeita em pranto por seu filho morto durante um seqüestro. Dor de rico é que é bonita de ver, na primeira página do jornal e no noticiário da tevê. Dor de pobre é estatística.
Aliás, chego assim ao ponto nevrálgico da questão, ao motivo pelo qual o filme foi tão criticado por público e imprensa. O problema do filme é que ele não mostra só polícia e bandido. Não, ele também mostra, tcham tcham, nós mesmos. Nós que comemos em restaurante, que freqüentamos livraria, que falamos inglês, francês e ainda arranhamos um espanhol. Pois é, a classe média se viu retratada na fita e, homessa!, estava ridícula. As ONGs, os universitários, os amigos e parentes das vítimas do crime, tão lindos com suas camisetas brancas clamando por paz: todo mundo com um escandaloso nariz de palhaço. Audácia das audácias! E mais inacreditável ainda é o cara insinuar que eu tenho culpa nisso só porque fumo um baseadinho no fim de semana. Culpa é desse país subdesenvolvido, que na Holanda o pessoal fica doidão à vontade e tudo funciona que é uma maravilha. E agora vai querer cercear minha liberdade em nome do bem da sociedade? Vá pentear macaco! Eu não! Vou é continuar botando portão na via pública porque eu decidi que a minha rua é só minha, vou insistir em estacionar em fila dupla pra não ter que catar vaga lá longe e ai de quem me criticar porque eu não assino a carteira da minha empregada (a mulher não sabe nem ler, vai querer se meter a ser gente agora...?). Nessa bosta de país nada funciona, agora vai dizer que a culpa é minha? Bem faz a Maricota, que mora na Europa.
Então é isso: meus parabéns ao diretor esquisitão de "Tropa de elite". Que tem, no mínimo, o mérito de ter feito algo novo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O velho

Está passando Buena Vista Social Club na televisão, um filme que eu já vi e esqueci, e vi de novo e esqueci de novo. Como aliás acontece com todos os filmes, todos os livros, todas as coisas que me falam: nada esquenta lugar na minha memória. Mas dessa vez eu lembrava que tinha alguma coisa de especial sobre o pianista, que me fez ficar cismada com ele. Todo velho que aparecia eu achava que era o tal do pianista, mas aí ele pegava um outro instrumento pra tocar e eu via que não era. Fiquei esperando ele aparecer.
Dali a pouco ele aparece, conta a história dele e então eu me lembro por que ele me chamou a atenção. É o seguinte: ele está tocando num salão amplo, onde umas crianças têm aula de ginástica olímpica (ou balé, sei lá, já esqueci). Enquanto toca, diz que nasceu em lugar tal, ano tal, que começou a estudar cedo, essas coisas. Ele falando e os guris pulando, correndo e se dobrando que nem umas lagartixas.
Ele, Rubén González (tá, vi no Google), não é o mais velho dos músicos: não tinha nem oitenta anos na época. Mas parece tão frágil, anda tão devagarinho, que ao lado dele o Compay Segundo fica parecendo um adolescente de noventa anos (também porque ele é muito sem-vergonha, mas isso é outra história).
Aí passou a cena que eu acho a mais linda do filme: ele toca alguma coisa mais animadinha e as crianças, ao redor do piano, ficam dançando aquela dança engraçada de criança, rebola pra cá, rebola pra lá. E me dá uma impressão de intimidade entre eles, o homem velho e os piazinhos. Como se eles se entendessem, soubessem de alguma coisa que a gente, bobo, não sabe. Me vem uma imagem maluca na cabeça, a vida como uma curva, as pontas quase se encontrando.
Ou é tudo bobagem.
Porque eu acabo de lembrar desse senhor aí do lado e sei que ele não a menor paciência com bagunça de criança. Tem não. E elas também implicam com ele. Que quando Daniel e Tito viajaram com o vovô, isso já tem bastante tempo, até botar apelido no velho os pilantras botaram.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Praia

Lá pelo fim dos anos 80 e começo dos 90, quando os dinossauros andavam de pogobol pela Terra, eu costumava passar as férias de verão na Região dos Lagos. Tá bom, "costumava" é meio forçado - acho que foram só algumas vezes. Mas, me aproveitando do fato de que a minha memória é mais turva que a água do valão da Ari Parreiras, vou considerar que eu ia todo ano a Arraial do Cabo e arredores. Só pra descomplicar.
Enfim, essa introdução toda pra contar que eu acabo de passar uma semana em Itaúnas, uma cidadezinha litorânea no norte do Espírito Santo. (Muito ao norte, aliás - tanto que dá pra ir a pé à Bahia.) E essa estadia me fez lembrar muito dos verões da minha infância: das queimaduras de sol, dos sorvetes dia sim e o outro também, dos insetos pré-históricos, da areia que conseguia penetrar até nos órgãos internos... Desse conjunto de coisas que a gente conhece como "férias na praia".
Aliás, lugar estranhíssimo essa tal de praia. Difícil entender o que leva um cidadão a viajar mais de 600 km pra poder passar uns dias torrando debaixo do sol, levando caixote e pagando quatro reais por um Chicabon. (Se bem que, e esse é um detalhe de suma importância, eu tenho grande orgulho em anunciar que essas férias foram totalmente caixote free, apesar de todos os esforços do Oceano Atlântico para me afogar.) Só pode ser pelo prazer de ficar olhando os outros pelados. Pra mim, pelo menos, é assim. Adooooro ver os homo sapiens em traje de banho, exibindo suas banhas em toda sua glória. Nada mais grotesco, nada mais fascinante.
Nas mulheres eu observo o básico: celulites, estrias, varizes e tal. Sempre pra comparar com as minhas, é claro. E presto muita atenção às bundas também, pra ver se eu aprendo alguma coisa e finalmente consigo cultivar a minha própria. Até agora, não tive muito sucesso.
Os homens eu já não acho tão divertidos. É sempre a mesma coisa: barrigão, perninha, bracinho. É até maldade debochar. Já dos que têm pêlos nas costas eu rio mesmo, sem dó (apesar da reprovação do Arthur, que depois de velho resolveu adotar o estilo Tony Ramos). Ora, vá depilar essas costas, Seu João. Eu não sofro toda semana com aquela maquininha maldita que faz os meus suvacos parecerem as chagas de Cristo? Então pronto, vá sofrer você também.
Mas tem uma coisa que sempre me intrigou muito nos senhores de sunga: será possível que eles não se incomodem com o fato de que DÁ PRA VER O PERU DELES SOB A SUNGA? Não entendo, não entendo mesmo. Tá certo que roupa de banho é uma coisa meio indecente e tal, mas eu também não preciso estar tão ciente assim da existência dos genitais do inimigo. É chocante! Arthur, sempre tentando ser o mais chato possível, argumenta que também dá pra ver os peitos das mulheres debaixo do sutiã do biquíni. Mas não é a mesma coisa: peitos são decoração, perus são instrumentos de trabalho. Não é coisa que se exiba por aí.
E, nossa, isso me faz lembrar do quão bizarro é ir à praia com algum conhecido. É mais uma daquelas situações hiperconstrangedoras que a sociedade teima em encarar como normal, assim como os velórios e os karaokês. Você está acostumada a ver aquele cara inteiramente vestido, ou no máximo sem camisa. Muito bem. Aí, um belo dia, lá está ele completamente pelado na sua frente, com o peru aparecendo sob a sunga que nem uma fralda com cocô. E as suas celulites, que você faz tanta questão de esconder que já chegou a se olhar no espelho de pernas cruzadas pra ter uma noção do estado da desgraça, estão lá, na cara do seu amigo (ou pior: colega). O mais inacreditável é que ainda se espera que você aja com total naturalidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não dá. Daí que eu decidi que só vou à praia com o Arthur, que já conhece a vida como ela é, e com mulheres. Mulheres que tenham pelo menos um pouco de celulite, ou então também estou fora.
Olha só: era pra falar da minha infância e acabou sendo sobre genitais e celulite. Meu crânio é mesmo um depósito de lixo.
Chega, deprimi.
Na foto, Monsieur Piguento e eu debaixo do Gigachapéu. Atenção ao meu olhar, supersexy.

domingo, 6 de janeiro de 2008

The best of the best of the best

Ano novo, vida velha, e vamos lá com um mais post to-tal-men-te desinteressante. Como esse ano eu decidi me dedicar mais às pessoas de que gosto, esse aqui é uma homenagem à minha antiga paixão e eterna musa inspiradora: eu.
Na verdade, esse é um daqueles projetos idiotas da adolescência, que só vem a público agora, com uma decadazinha de atraso, porque eu envelheci mas definitivamente não deixei de ser idiota. Eis então a lista dos meus favoritos em tudo, tudo, tudo que há no mundo (ou seja, desenho animado e outros assuntos menos nobres).
Quem ler até o final ganha um pirulito.

Do Dragon Ball - Piccolo, o mestre dos mestres
Dos Teletubbies - Dipsy. Escreve assim mesmo, com "d", acabei de ver no Google. E eu que passei um bom tempo achando que o boneco era cigano...
Dos orixás - Iansã.
Do Chaves - Chiquinha, que era descaradamente feminista.
Dos feriados do ano - São João. Não precisa nem explicar, as festas juninas são o que há de mais adorável.
Dos Impossíveis - Homem-fluido
Dos Beatles - George Harrison (tá bom, é só pra ser diferente de todo mundo).
Do "Vidas Secas" - A cachorra Baleia
Dos dedos - O anelar, porque não serve para absolutamente nada.
Do Scooby Doo - Ninguém, aquele desenho é insuportável.
Das cores - Preto, seguido de perto do vermelho e do roxo. Hmm, acho que acabo de descrever o guarda-roupa da Elvira, a Rainha das Trevas.
Do Rei Leão - Scar, que é um bom camarada.
Do Skank - O Haroldo. Porque é amigo do Calvin.
Dos discos do Chico - hmmmm, acho que a "Ópera do malandro"... Mas "O grande circo místico" também é bão.
Das palavras que a gente gosta de falar errado - Felomenal. Simprismente felomenal.
Do "Mochileiro das Galáxias" - Ford Prefect.
Da Corrida Maluca - O cupê mal-assombrado. E odiava os dois Capitães Caverna que se batiam o tempo todo.
Dos meses do ano - Junho. Por muito tempo eu achei que esse fosse um mês figurante, o irmão enjeitado de julho. Mas agora ele é pra mim o melhor de todos.
De "The IT crowd" - Moss. Aliás, ótima série. Quem não vê está perdendo.
Das Meninas Superpoderosas - A verde.
Do Harry Potter - O Snape. Que é muito sexy, e está errado quem acha que não.
Do Bob Esponja - Lula Molusco!
Das árias da "Paixão" - Ah, Erbarme Dich, mas nisso todo mundo concorda.
Dos ditos populares - "Cabeça vazia, oficina do diabo." Magistral.
Dos Looney Tunes - Marvin, the martian
Dos números - O oito. Quando eu era criança, achava que cada número tinha um sexo, uma personalidade, era uma pessoinha. Mas isso é assunto pra outra hora. Aliás, dava pra escrever um livro com todas as minhas alucinações de criança.
Do Monty Phyton - Graham Chapman. Mas são todos maravilhosos, com exceção da besta do Terry Gilliam.
Dos órgãos do abdômen - O pâncreas. Mas o baço também é gente fina.
Dos colégios em que eu estudei - Bizarramente, o Bennett. Não por causa do próprio colégio, é claro, mas porque foi a única escola em que eu não me senti um pária. Hmmm... Pária tem feminino? Uma pária???
Dos Simpsons - Reverendo Lovejoy. Por quê? Porque sim.
De "Lost" - Mr. Eko. Mas ele morreu, então agora é o Sayid.
Dos deuses do Olimpo - Hades. Mas ele não mora no Olimpo, então Palas Atena.
Dos pokémon "old school" - Onix. OOOOOOONNNNNNNIIIIIIIXXXXXXX
Dos calibres de grafite - O 0,9. Nem sei por que os outros existem.
De Friends - Chandler.
Dos epítetos do Piguento - Escandaloso. Muito bom, melhor até que maroto, que também é ótimo.
Dos Changemen - O preto. Change Griffon, acho eu. Que, pasmem, tem alguns fimes eróticos em seu currículo (!!!).
Dos estados brasileiros - Minas e Pernambuco. Melhor ainda se eles juntassem e formassem um só estado: Minambuco.
Entre Paulo Bonfá e o outro - Paulo Bonfá
De Seinfeld - Elaine. Ou o George, sei lá.
De tudo que existe no planeta e fora dele - A Didi.

Cansei. Vou aumentando aos pouquinhos.

A foto é uma velha favorita: Tito, übermodel, posando na Recife Féchio Uíqui.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

I Torneio Interprimos

Foi realizada com grande sucesso nesse natal a primeira edição do já internacionalmente famoso Torneio Interprimos. O comparecimento em massa de atletas - não foi registrada nem uma única ausência - mostra todo o prestígio, toda a importância dessa incrível competição. Como havia sido previsto, os jogos foram disputados em duas fases: uma primeira com três confrontos de dois participantes cada; e a grande final, com nada mais nada menos que três competidores jogando ao mesmo tempo!
Logo na primeira partida, uma grande surpresa: Fernanda, que, segundo alguns de seus adversários, não agüentaria nem cinco minutos, não só suportou bravamente o jogo mais longo de toda a competição, como também usou de táticas radicais, mostrando que estava disposta a tudo para chegar à final. Mesmo exausta devido à duração do certame, ainda teve a presença de espírito necessária para, com uma bundada certeira, empurrar Daniel para fora da arena sem que os juízes notassem a manobra não autorizada. Uma vitória merecida, ninguém pode negar.
Polêmica no segundo jogo: mesmo tendo resistido bravamente a uma seqüência desumana de movimentos, Aída não teve forças para enfrentar a opinião pública. Acusada de ter usado armamento químico durante a partida, a competidora teve um acesso de riso e caiu para trás, para o alívio de sua adversária. Mais tarde, esse sórdido acontecimento foi investigado e esclarecido pela imprensa: o verdadeiro autor do pum havia sido o René, que, entediado com duração do torneio, resolveu abreviar a competição peidando no ventilador. Visivelmente emocionada, a atleta injustiçada teve espaço para sua defesa no noticiário local ("EU-NÃO-PEIDEI!"). Ainda assim, o comitê olímpico internacional optou por validar a partida, dando a vitória à Anita.
No terceiro combate, experiência versus ultracompetitividade. Apesar do início muito desequilibrado - enquanto Julieta ainda estava de pé, Tito já era obrigado a executar a temida postura "de cócoras, pés cruzados e mãos sob o corpo" - a partida logo forçou ambos os jogadores a embolarem-se, lutando pela conquista do mesmo território. O final, com Tito tombando praticamente sem vida e tendo de ser atendido pela equipe médica de plantão, trouxe lágrimas aos olhos de toda a platéia. Até mesmo da Cristina, que queria que aquela besteira toda acabasse logo para ir para casa ver a novela.
Estava definida a grande final: as três primas mais velhas enfrentavam-se por fim, mostrando que, nessa modalidade esportiva, a idade só traz benefícios aos atletas (bem, pelo menos dentro dessa geração). Mesmo tendo sido a mais breve de todas da competição, a luta foi sangrenta. Pela primeira vez em toda a História do Twister, uma jogadora teve de arcar com o peso de não uma, mas duas adversárias: numa tática suja para derrubar Julieta, Anita e Fernanda apoiaram-se sobre ela, formando um sanduíche. Segundo cálculos de especialistas, o peso total suportado pela competidora superava os cem quilos! A audiência enlouqueceu quando, depois de livrar-se dessa vil armadilha, Julieta assistiu à desistência de Fernanda ("suicídio profissional", disse a crítica especializada, "comparável à cabeçada de Zidane na final da Copa do Mundo") e ainda teve a serenidade de esperar que Anita, traída pelos músculos das próprias pernas, tombasse na tentativa de executar um movimento fisicamente impossível.
Apesar da ausência de premiação adequada (a comissão organizadora promete ir ao Saara no ano que vem), esta primeira edição do Torneio foi um sucesso estrondoso e não é nenhum exagero dizer que já ocupa um lugar de honra na História do Twister profissional. Para 2008, os atletas prometem uma competição ainda mais emocionante e acirrada.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Curtindo a vida (virtual) adoidado

Pois é, esses últimos dias foram inteiramente dedicados a jogar The Sims da maneira mais alucinada possível. Não encostei nem um dedo no livro de Direito do Trabalho (Acho que ele ficou chateado, não sei. Às vezes eu passo e tenho a impressão de que ele está me olhando torto...).
Uma preguiça safada de escrever, vou só pôr a foto. Essa aí é a minha tia-avó Pia, irmã da minha avó materna. Amo essa foto, acho que ela está a cara da Marlene Dietrich.
Eu também quero aparecer linda assim em foto!
Quem sabe se eu parar de fazer careta...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Jogo, mapas e transtornos psiquiátricos

Nunca gostei de Tetris, mas sempre adorei ficar olhando mapa. Daí eu mandar razoavelmente bem (ou razoavelmente mal, depende do ponto de vista) neste jogo: http://www.mapmsg.com/games/statetris/brazil/
Claro que, tirando o do Brasil, em nenhum outro mapa eu passei do nível mais fácil. Alguns nem isso, mas, pelo amor de Deus, quem é que consegue encaixar os estados holandeses? Se bobear, nem os holandeses.
Mas a Europa e a África dá pra fazer sem passar muita vergonha. Se bem que eu achei grosseiro quando, lá pela quarta tentativa de encaixar a Eslovênia, o computador perdeu a paciência e apontou com uma setinha - "aqui, ó, monga". E na África... Bem, o mapa da África sempre me causou surtos de insanidade mental. Tem uns países que... sei lá, mexem comigo. Tipo o Chade, que eu não posso ver ou ouvir falar que tenho que dizer bem alto: "Chaaaaaaaaaaaaaaaaaaaade". Não sei o que é, algum transtorno obsessivo-compulsivo. E a Eritréia, que eu acho que é um país que treme todo. Enfim, melhor parar a lista aqui, antes que alguém da minha família leia isso e ache por bem me internar.
Mas que atire a primeira pedra quem consegue encaixar Madagascar sem cantar a musiquinha! Du-vi-do!

A foto é da Turquia, um país que, quando vem caindo, todo comprido e laranjão, você pensa "Quequiéis... ah, a Turquia".

domingo, 11 de novembro de 2007

A Cozinha Maravilhosa da Ofélia 2

Outra receita superfantástica no balão mágico. Essa é de um aperitivo fácil de fazer, gostoso e com poderes mágicos: é capaz de transformar um legume tão maligno como a berinjela em algo que você não consegue parar de comer. Vamulá.

Ingredientes: 2 berinjelas médias; 3 cebolas médias (brancas ou roxas, ou ambas); 1 pimentão vermelho grande; azeite; tomilho; orégano; sal; pimenta-do-reino.
Faz assim, presta atenção: Descasque as cebolas e pique-as em tiras médias. Corte também as berinjelas e o pimentão em tiras não muito finas nem muito grossas. Coloque umas 4 colheres (de sopa) de azeite numa panela; quando estiver quente, acrescente as cebolas, o pimentão e as berinjelas. Misture bem. Junte os temperos: tomilho, orégano, sal e pimenta-do-reino. Deixe cozinhar, mexendo de vez em quando. Se ficar seco, vá regando com um pouco mais de azeite. Sirva em temperatura ambiente, acompanhado de pão ou torradas.
Rendimento: mais do que você precisa, faça menos.
Calorias: sei lá, mas não podem ser muitas - é BERINJELA.

Viu como é fácil? E os ingredientes também não são difíceis de arrumar. Com exceção, talvez, do tomilho. Mas vamos falar sério aqui: tomilho é uma porcaria, não bota isso na receita não. Diz que botou, mas não bota, pra parecer que você sabe tudo de temperos. Ninguém se impressiona com orégano, mas tomilho é bem estiloso. Pena que é uma bosta.
E outra coisa: o resultado final é bem feio mesmo, parece uma coisa que o gato comeu e vomitou duas horas depois. Eu tentei, tentei, mas não houve como deixar esse troço mais agradável aos olhos. Se alguém conseguir essa façanha, cartas para a redação.
É isso. Não consigo pensar em mais nada pra escrever.



Lembrei: essa receita, por um lado, é pura adrenalina. Toda vez que eu vou escrevê-la, me vem aquela dúvida atroz: berinjela é com "j" ou com "g". É com "j", né? Ou não? Ihhhhh...

Mais uma receita, mais uma bromélia. Mas, quer saber?, vou assumir logo: essa foto é um dos maiores orgulhos que eu tenho. É perfeita. Ok, ficou mais perfeita ainda depois de passar pelo editor de imagens. E não tenho vergonha de dizer isso não, viu? Se até as peladonas da Playboy passam por um Photoshop, por que é que minha bromélia não pode?
E tenho dito.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mezo I

Segunda-feira recebi um telefonema que eu já vinha esperando há muito tempo.
Eu só fui apresentada aos meus avós paternos quando tinha uns doze, treze anos. Minha mãe resolveu que, em uma só viagem, eu iria à Espanha conhecer minha família, Daniel iria a Israel conhecer a dele, e nos intervalos a gente passearia pra lá e pra cá. Típico da minha mãe, querer fazer tudo, tudo, tudo, e só gastar uma passagem de avião. Então acabou que a gente só ficou lá na cidade dos meus avós um tempinho, menos de uma semana eu acho. De qualquer modo, eu tenho poucas lembranças desse episódio, só lembro de a minha avó ter me obrigado a dormir no colo dela na viagem entre Madri e Benidorm, o que foi muito constrangedor para uma criança tímida como eu.
Dez anos depois eu inventei de ir sozinha pra lá, e disso sim eu me lembro bem. Eu cheguei no Natal e fui embora no dia 31, e a verdade, a verdade verdadeira, é que eu quase enlouqueci.
Desde que os conheci eu venho contando essas histórias loucas sobre meus avós paternos, de como ela, uma mulher miudinha, mandava e desmandava naquele velho gigante, de como eles brigavam um com o outro e com o resto do mundo e achavam que não precisavam de ninguém, que estavam bem assim sozinhos. Esse circo todo existia mesmo, mas não era por isso que eu achava tão desgastante passar uns dias em Benidorm.
O que deixava aquele apartamento mal-assombrado era a sensação de tristeza que havia lá, uma coisa sufocante, que me dava vontade de sair correndo. Em parte, é claro, por causa do “hijo”, pela falta dele, pelo modo como ele morreu. Mas eu acho que, mais do que isso, eles eram tristes por causa da maneira como eles escolheram viver a vida deles, por essa mania de brigar com todo mundo, por terem afastado os parentes todos. E aí acabaram naquele apartamentinho, olhando um pro outro, conversando as mesmas conversas por cinqüenta anos. Sim, como os meus avós daqui, como tantos avós por aí. Mas lá os netos só apareciam de dez em dez anos (bem, falo por mim) e o filho nunca apareceu.
E se eu estou falando isso é porque nesse momento tenho dúvidas sobre mim mesma, sobre a maneira como eu me comporto com os outros, sobre o tipo de pessoa que eu quero ser. Não é minha intenção julgar o comportamento dos meus avós, ainda mais porque eu mal sabia quem eles eram. Eu acordava naquele sofazinho da sala, fingia que ainda estava dormindo pra ver o que eles estavam fazendo e pensava “aqui estou eu dormindo na sala de uma gente que eu nem conheço”. E mais de uma vez eu acordei com o meu avô me olhando dormir, mas também não olhando para nada. Olhando para ontem, era para lá que ele olhava.
E em todas as vezes em que saí de lá, aliviada por estar deixando aquela cidade horrorosa, eu senti uma tristeza profunda, em todas as vezes eu chorei por desconfiar que estava vendo aqueles velhos pela última vez.
Muito esquisito escrever isso e botar aqui pra todo mundo ver. De mau gosto até. Mas eu bem sei que essa vai ser a única maneira de eu falar sobre esse assunto com quem quer que seja.
Fica sendo isso aqui a minha homenagem a esse meu avô, que eu amei sem conhecer.

sábado, 3 de novembro de 2007

Aniversário da vovó

E por isso eu passei os últimos quatro dias olhando fotos, separando fotos, consertando fotos, escaneando fotos, fazendo tudo que é possível fazer com fotos. E, claro, encontrei algumas que são simplesmente maravilhosas. Essa, por exemplo, da minha avó pequenininha, com dois filhotes no colo.
Difícil acreditar que essa menininha hoje completou oitenta anos.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tudo aquilo que eu odeio (1)

Tão grande é a agitação por finalmente terem terminado as provas do TRF que vou postar em dois dias seguidos, o que é totalmente contra as regras. É que eu sou muito punk.


Sempre tive vontade de fazer uma lista de todas as coisas que eu odeio. É mais um daqueles desejos gerados pela infinita capacidade do homem de falar sobre si mesmo (vai dizer que tu num é assim?). O problema é que se trata de um projeto muito trabalhoso, sabe?, afinal todos os dias eu estou tendo chilique por causa de alguma pentelhação nova. O melhor então é ir fazendo aos poucos. E, claro, ir botando na Internet – pra que serve a intimidade senão pra ser exposta da maneira mais ridícula possível? Não é nesse princípio que se baseia toda a produção pornográfica do mundo?
Então, deixa eu ver umas regras aqui, pra não virar bagunça... Hmm... Nada muito óbvio, como racismo, ou engarrafamento. E também nada de nomes, senão a lista corre o risco de ficar interminável.
Tá bom, vamulá:

O número 1 tem que ser algo realmente mortal...
...
Não sei, não estou conseguindo pensar em nada. Depois eu vejo.
2- Quando o Word se oferece pra fazer numeração automática.
3- Mulher cor-de-rosa. Não, não é uma mulher vestida de cor-de-rosa, não é simples assim. É uma mulher vestida de cor-de-rosa, que abre a sua bolsa cor-de-rosa e de lá tira uma carteira cor-de-rosa, um pente cor-de-rosa, um caderno com um unicórnio cor-de-rosa, um estojo cor-de-rosa cheio de canetas de todas as cores (essa é a única concessão que ela faz às outras cores, só para o caderno de unicórnio ficar igual a um arco-íris) e um frasco de hidratante com essência de Morango Paixão. Cor-de-rosa.
4- O peido como cura para a solidão. Assim: eu estou sozinha há três horas e meia. No momento em que eu solto um peido infecto, pá, aparece alguém. É infalível. E mais: quanto mais podre o pum, maior o grau de formalidade que há entre você e aquela pessoa. Teve um dia em que eu comi tortilla de patatas e por um triz não recebo uma visita do Papa.
5- Erro ortográfico. Principalmente os cometidos por mim mesma.
6- Mosca de noite. Claro que mosca é sempre abominável, mas à noite, quando ela fica voando devagar e insiste em pousar no seu travesseiro, credo, aí é demais.
7- Beterraba. Quem sabe um dia a beterraba e eu finalmente consigamos superar nossas diferenças para viver em harmonia.
Mas esse dia ainda não chegou.
8- Privada com a tampa levantada.
9- Já sei o número 1: homem sendo homem. Não, homem sendo ultrahomem. Homem virando a cabeça para olhar a bunda de uma passante, homem cuspindo no chão, homem com uma barriga de treze meses aparecendo por baixo da camiseta do Moreira Franco. Esses homens. Nossa, eu não consigo pensar em nada mais horripilante. A mosca de noite acaba de ficar mais aceitável. Toda vez que eu vejo um cara – latinha de cerveja numa mão, cigarro na outra – xingar aos berros um jogador de futebol, um dos meus óvulos suspira e morre.
Pronto, acabou a inspiração. Depois eu continuo.

Na foto o meu pai, que, pelo que eu sei, também era uma pessoa muito irritadinha. Reparem no detalhe: Sid Vicious escrito com "s". Isso sim é que é ser punk.

domingo, 28 de outubro de 2007

Fatp

Hoje aconteceu a famigerada prova de digitação do TRF.
A não ser que eu esteja muito, mas MUITO enganada, tudo foi bem. Era um textinho besta sobre uso e poluição da água (e eu, louca, treinando em casa com a CLT) - deu pra bater tudo e corrigir os primeiros parágrafos. Só os primeiros. Por isso que, depois de impressa a prova, eu fui rolar a página para ver o finalzinho e... tinha escrito "fatp" no lugar de "fato". Na verdade, isso não representa nenhum problema, é só um pontinho a menos. Mas para pessoas como eu, com forte tendência à obsessão... Ah, isso vai me tirar pelo menos dois anos de vida.
Calma, calma, não é tão importante assim.
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fatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofatofato


Na fotim, uma estátua que escreveu fatp e acabou cortando a própria cabeça.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Aniversário d'eu

O único dia do ano em que meu superego me deixa botar uma foto minha e só minha, sem mais ninguém (meu superego é um hiperego). Aí eu fiquei catando na Pasta Eu, pensando “essa tá gorda, essa tá queixuda”, e afinal escolhi essa daí. Pronto. Essa me define bem: eu sou uma idiota que mete a cara na boca do canhão.









Pensando bem, essa tá corcunda...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Der kazall alemonen

Atenzaum: komo ich awterarr o foto (este foto da dezerrto do Namíbia serr fantástiken, ich TINHEN ke pórr aki), ich prezizou tambáim awterarr a texten. Entaum, ze aparrezerr algum koizen maluken na meio da texten, ser porke ich deishey pazarr.

Das nowidad kentíssimen erra mezmo kentíssimen: estes dóis gurrien faum ze cazarr! Baum, na ferdad já estaum kazados há um tampaum - prra brrazilerro mórarr junten ist kazarr -, maz agorra David fai firar o Záinhor Bem de papew pazadun.
Ich, klarro, desejarr todo felizidad da munden prra focêis dóis. Ich ainda naum konhezer David muita béim, maz zaberr ke ele góista muita de Luánda. E zaberr tambáim ke Luánda góista muita dele.
Zó achar ke focêis devien ze mudarr prra ká, porke este taw de Karlsruhe serr muita kontramaum. Komo é ke ich fai deishar minha nenaim kom focêis kwando ich fikar de zako sheien de krianza? Háin? Háin?

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O pupissário!

E olha só o que eu obriguei a criatura a fazer. Pobrezinho... Minha avó é que tem razão: é um santo esse menino. (Se você olhar a lente direita dele bem de pertinho vai ver uma fotógrafa alucinada: "cara de mau, Arthur, faz cara de mau!")
A música de uma postagem lá atrás está dando alteração, eu sei. Mas nada temam - minha equipe técnica já está trabalhando nisso.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Dia do Porquinho

Uma foto antiga pra comemorar a data.






Os últimos 14 anos foram bem mais divertidos que os 12 primeiros. Graças a esse moleque aí.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A Cozinha Maravilhosa da Ofélia 1

E hoje, minhas queridas colegas do lar, vou ensinar aquela receitinha pela qual todas vocês estavam esperando: o exótico, o misterioso, o sensualíssimo BROWNIE CIGANO. Vamos aos ingredientes:

125 g de chocolate meio amargo; 125 g de manteiga (MARGARINA NÃO, CRIATURA POBRE DE ESPÍRITO!); 1 xíc de açúcar mascavo; 1 xíc de açúcar branco; 2 ovos; 1 colher (de chá) de baunilha; 2 xíc de farinha de trigo; 2 colheres (de chá) de fermento químico em pó; 1 colher (de chá) de sal; ½ xíc de passas escuras ou claras; ½ xíc de nozes picadas; manteiga e farinha para untar e polvilhar.
Derreta a manteiga e o chocolate. Deixe esfriar e só então adicione os açúcares. Bata os ovos inteiros com a baunilha e junte à mistura. Misture bem a farinha, o fermento, o sal, as passas e as nozes e junte-os à mistura. Unte e polvilhe um tabuleiro grande e raso (não é bolo, pô!), derrame a mistura e leve ao forno preaquecido por aproximadamente 25 minutos. Corte enquanto ainda estiver quente, mas deixe esfriar na forma.
Rendimento: sei lá, depende do tamanho dos quadrados que você cortar.
Calorias: infinitas.

Várias observações:
Eu aconselho a peneirar o açúcar branco e a farinha. Parece frescura, mas não é: realmente ajuda a massa a ficar mais homogênea. Só não vai entrar numa de peneirar tudo - chocolate, ovos, nozes – que aí a coisa já fica patológica.
Pra quem teve o mau gosto de ir viver na Alemanha e não está conseguindo achar açúcar mascavo, eu só tenho duas soluções possíveis: ou faz só com açúcar branco, TENDO EM CONTA QUE ELE É MAIS DOCE QUE O ESCURO (ou seja, tem que botar menos); ou então volta pro Brasil. Das duas, uma.
Dá pra substituir as nozes por amêndoas, avelãs, qualquer coisa que faça croc-croc. Não sei se dá pra botar outra fruta seca no lugar das passas, só testando. De qualquer modo, tem que ser cortada em pedaços bem pequenos. Só não me vá fazer o brownie sem nada, que aí fica uma bosta.

Tem foto não. Mas da próxima vez que eu fizer essa receita, eu tiro uma e boto aqui. Só não sei quando será isso – minha mãe me proibiu de fazer essa porcaria porque engorda horrores.

(Como os mais espertos já devem ter percebido, esse brownie não tem absolutamente nada de cigano. Eu só o chamo assim porque eu foi esse o que eu fiz pro Guerreiro quando ele ficou dodói. Mas, se eu bem me lembro, quem acabou comendo tudo foram aqueles patetas da aula de Harmonia. Hmpf.)

Só pra ser completamente mulherzinha, a foto é de uma bromélia do Jardim Botânico. Agora com licença que eu tenho que ir pra minha aula de corte e costura.

domingo, 16 de setembro de 2007

1, 2, 3, testando

Minha primeira música no Blog! A Cesária Évora e a (chata da) Marisa Monte cantando "É doce morrer no mar".
Agora, quando eu for apodrecer uma música, posso colocá-la para tocar. Graças às habilidades informáticas do Zé Leitão. Palmas para ele!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Chico Buarque e uma borboleta

E o Chico Buarque, hein? Estava ouvindo umas das músicas novas dele - por "novas", entenda-se "da década de 90 pra cá" - e cada vez mais eu me convenço de que o cara não é mais o mesmo.
Exemplo: essa música, "Cecília", que eu acho que é do disco "As cidades". A melodia é no máximo decente, nem a fã mais enlouquecida é capaz de dizer que ali tem alguma coisa de especial. E a letra... Bem, a letra segue o padrão atual dele: nhém-nhém-nhém um verso muito bonito nhém-nhém-nhém. O próprio arranjo admite isso. É assim ó:

Quantos poetas (Essa é a segunda estrofe, mas a primeira é o mesmo esquema.)
Românticos, prosas
Exaltam suas musas
Com todas as letras (Fraaaaco, principalmente o 2o. verso.)
Eu te murmuro
Eu te suspiro (Aqui tem uma superpausa, do tipo "presta atenção que essa é a melhor parte da música".)
Eu, que soletro
Teu nome no escuro

Agora compara com... sei lá... "Pedaço de mim":

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

É ou não é?
Que será que aconteceu ao pobre rapaz? Será que foi a falta da Marieta? SERÁ QUE ELA QUE COMPUNHA AS MÚSICAS TODAS!!!? Nossa, isso sim seria um escândalo, hahaha.
Só pra minha mãe não dizer que eu sou a criatura mais metida a besta do mundo, tenho que admitir que ele agora canta MUITO melhor. Ah, isso não tem nem comparação.

E a borboleta é a da foto. Aliás, não é borboleta não - é uma mariposa bem de pertinho.





Meu Deus, as buarquetes vão me comer o fígado.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Trigal sem corvos


Também graças ao scanner novo (isso vai dar muito pano pra manga...) eu encontrei umas fotos da minha primeira viagem à Espanha. Tinha aquelas fotos clááássicas da Sagrada Família e tal, mas foi essa aí de cima que eu achei que valia mais a pena colocar aqui. Pode ser pura presunção minha, mas acho que essa paisagem tem um quê de van Gogh. Só faltam uns corvinhos voando...
Agora, sem dúvida nenhuma a imagem mais impactante é uma minha encarapitada em cima de uma árvore. A foto foi tirada de baixo pra cima, eu estava de maiô e, pasmem!, NÃO APARECE NENHUMA CELULITE!!!
Esses últimos 15 anos foram cruéis pras minhas pernas...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Habemus scanner

E claro que a primeira foto que eu digitalizei foi uma minha.
Não é meio bizarro isso das pessoas gostarem de se ver nenenzinhas? E ainda ficam "que bebê fofo, que gracinha", como se se tratasse de outra pessoa. É você mesma, pateta!
E para não faltar com a verdade, devo confessar que foi difícil achar uma foto bonitinha. Eu era um neném FEIO PRA CARAMBA.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

James Bunda

As coisas que a gente encontra arrumando o computador...
Agora em alemão, que eu sei que você sempre fica estarrecida ao constatar o meu domínio do idioma de Goethe:
Das Meninen arrümou ein Lanchen (nein zei komo) und zaiu porr ahi ke neim louken. Und ólhen ke ridikulen: tiroh ein photen parra feinjir ke stawa dirrijindo. Zó ke, tsi focê prrestarr atainsaum, ehla stá na bank do KARRONA! Tzk, tzk... Táim ein palavrra en alemaum parra izo: zentiketirraphotenphalsenparraparrecer-kestápórzimadakarrnezêca.

domingo, 15 de julho de 2007

Uma foto bem falsa pra começar

Na verdade, esse blog vai ter mais a função de um fotolog mesmo, já que o próprio resolveu ficar insuportável. Então vou colocar aqui aos poucos as 81.447 fotos que entopem a minha pasta "Minhas imagens", tentando (ten-tan-do!) me conter pra não fazer um comentário gigantesco.
A primeira tem de ser a melhor: apesar de eu ter brigado com o Arthur por ele ter posto esta foto no Orkut, não resisto à tentação de publicá-la eu mesma (mulheres...). É tão fofa que eu nem me importo de estar parecendo a Bruxa Onilda. Foi tirada pra substituir outra do começo do namoro - mais espontânea e mais interessante - que foi apagada em uma das nossa incontáveis brigas.
(Detalhe imbecil: essa descrição que eu fiz aí em cima NÃO é dessa foto. Acontece que depois de algum tempo eu enjoei da foto que tinha posto, troquei, mas fiquei com preguiça de mudar o texto. Então... Então nada. Por enquanto fica assim mesmo. E vale a pena, porque essa foto aí é muito mais fofa.)